quinta-feira, 28 de janeiro de 2010


Houve um tempo em que o mundo dos Legionários de Cristo era simples. De um lado, uma congregação católica em plena ascensão, fundada em 1941 por um homem excepcional - um "santo", acreditavam muitos legionários -, que havia ganho a confiança de diversos papas. Do outro, os inimigos da Igreja, determinados a destruir com calúnias a reputação e a obra do criador, o padre mexicano Marcial Maciel.Durante meio século, esse discurso foi um escudo eficaz. Implantada em 22 países, a congregação dos Legionários forneceu à Igreja mais de 800 padres (95 dos quais ainda foram ordenados dia 12 de dezembro em Roma), possui 2.500 seminaristas, conta com um apostolado de 60 mil laicos, administra 200 escolas e universidades, movimenta um orçamento anual de US$ 650 milhões.Mas ela atravessa hoje uma crise muito grave, que poderá comprometer a imagem de seu principal protetor, o papa João Paulo 2º, que deve ser beatificado este ano. Ainda dominante quando os Legionários haviam aberto suas portas ao mundo, no início de 2006, o perfil de Marcial Maciel sumiu de seu website, exceto pela seção "história". Não se cogita mais tê-lo como modelo para a juventude, como João Paulo 2º fizera em 1994.


No início de fevereiro de 2009, o "New York Times" revelou que o Padre Maciel, falecido um ano antes aos 87 anos, havia levado uma "vida dupla" e gerado "pelo menos" uma filha, que mora em Madri. No fim de agosto, soube-se da existência de três filhos mexicanos, nascidos de uma outra mãe, mas que tinham contato com sua meia-irmã. Além disso, Maciel teria tido um filho no Reino Unido, bem como uma filha francesa, morta em um acidente de carro. Em meados de dezembro, surgia a notícia de que ele também seria um plagiador.Nenhuma dessas informações foi desmentida pelos Legionários, que se esforçaram para abafar os seguidos choques. Mas o mal-estar foi proporcional ao silêncio imposto por tanto tempo: por meio de um "voto especial", retirado somente em 2006, os padres dos Legionários eram proibidos de criticar seus superiores."Era uma espécie de pacto mafioso", afirma o sociólogo e psicanalista mexicano Fernando Gonzalez, autor de dois livros sobre o "caso Maciel", para os quais ele pôde consultar 201 documentos dos arquivos secretos do Vaticano, datados de 1948 a 2004. "Hoje, os Legionários devem confessar a parte heterossexual de seu fundador, por não ter reconhecido os abusos pederásticos". Pois nessa demolição progressiva de uma figura paternal outrora venerada, o pior sem dúvida está por vir.Se os atuais dirigentes da congregação ainda esperam extirpar o tumor da forma mais limpa possível, parte da hierarquia católica não mede suas palavras, sobretudo nos países marcados por escândalos eclesiásticos, como a Irlanda ou os Estados Unidos. Para o arcebispo de Baltimore, Edwin O'Brien, Maciel é um "empresário genial que, com vigarices sistemáticas, se utilizou da fé para manipular os outros em função de seus interesses egoístas".Em maio de 2009, o Vaticano nomeou uma comissão de investigação, composta por três bispos e dois outros religiosos, entre os quais um jesuíta. Uma primeira "visita apostólica", em 1956, deveria examinar o vício em drogas de Maciel, mas também os abusos sexuais cometidos sobre os noviços. Ela havia terminado em uma espécie de arquivamento, que por muito tempo impediu qualquer denúncia pública, ainda que o principal investigador tenha manifestado suas desconfianças em um relatório confidencial. "Todos nós mentimos", confessou mais tarde Felix Alarcon, um dos adolescentes entrevistados na época, para salvar "um padre que adorávamos", e que eles tinham como "acima da Igreja", revela um de seus colegas. A exuberante atividade heterossexual do fundador dos Legionários semeou outros espinhos. Seus três filhos mexicanos (33, 29 e 17 anos), bem como a meia-irmã deles, Norma Hilda, 23, às vezes viajavam com seu pai - e até o acompanharam no Vaticano! -, que lhes escrevia sob um nome falso cartas carinhosas e cheias de erros, em papel timbrado de hotéis do mundo inteiro, para se desculpar por ser um "homem de negócios" tão ocupado. Hoje, eles pedem aos Legionários por um reconhecimento oficial, mas também por parte de sua herança.O que teria acontecido, por exemplo, com o fideicomisso (testamento por meio de um terceiro) que Maciel teria criado para eles na Suíça, e sobre o qual ele tivera o cuidado de falar? "Os Legionários somente lhes mostraram os documentos de uma conta nas Bahamas, que está vazia", ressalta o advogado dos filhos mexicanos, José Bonilla, durante uma entrevista recente no México para o "Le Monde". Para José Barba, um ex-legionário que em 1998 prestou, junto com outras sete vítimas, uma queixa perante o Vaticano, é preciso se questionar sobre "a passividade da Igreja, e as estruturas que permitiram que esses abusos se perpetuassem por tanto tempo: agora dizem que Maciel era um monstro, ao mesmo tempo em que sugerem que os Legionários têm um grande futuro".Quem é esse homem que conseguiu levar, bem no coração do catolicismo, a vida desregrada de um astro do rock? Nascido em uma família antiga do Michoacán - seu tio materno, Jesús Degollado, foi general dos Cristeros, os insurgentes que tomaram as armas, de 1926 a 1929, contra o governo mexicano "jacobino" -, ele usava de sua sedução tanto junto a garotos sujeitos à disciplina da instituição, como junto a viúvas ricas de quem extorquiu fortunas para financiar suas obras.Segundo uma fonte próxima do Vaticano, trata-se de um caso patológico de distúrbio de personalidade. Maciel certamente fora violentado na infância, e fingia ter amnésia diante de suas vítimas. Mas o psicanalista Fernando Gonzalez não acredita em uma esquizofrenia: "Ele era um calculista malicioso que se adaptava perfeitamente a cada situação".Em um ambiente de repressão sexual extrema, ele se valia de suas "dores no fígado" - na verdade, uma inflamação crônica da próstata - para obter dos meninos o "alívio" proporcionado por injeções de morfina, mas também por masturbações ou penetrações. Para isso, ele garantia ter uma "permissão especial do papa". E no final ele não hesitava em absolvê-los do pecado ao qual ele acabava de incitá-los. Ora, a "absolutio complicis", ou absolvição do cúmplice, é uma grave infração do direito canônico, punida com excomunhão.Desde a ruidosa investigação em 1997 do jornal mexicano "La Jornada" e o "El Legionario", livro de Alejandro Espinosa, sobrinho e efebo de Maciel, vários livros trataram dessa personalidade diabólica, capaz de celebrar uma magnífica missa na capela, saindo da enfermaria onde o "santo" acabara de manipular os corpos e as almas na penumbra. "Nós éramos um arquipélago de solidões", escreve José Barba, evocando o longo sofrimento daqueles que sofreram abusos. Um dos filhos de Maciel tem dificuldade para superar: quando era criança, seu pai lhe repetia que era essencial não mentir.



Tradução Lana Lim

Fonte: UOL

Quando li esta matéria já estava ciente de muitos boatos. Acho esta matéria muito tendenciosa e direi porque.

Primeiramente aprendi a duras penas que quando você joga um travesseiro de plumas ao vento jamais conseguirá juntar pena por pena... Isto é, quando um fato surge dificilmente se detém ao fato isoladamente, sempre haverá a imaginação, a falta de bom senso e o falatório sobre determinado fato.

Lembrando para quem se esqueceu e ensinando para quem não sabe o falso testemunho deixa marcas eternas e por isso viver na verdade por mais que doa deve ser o caminho de qualquer pessoa.

As ofensas à verdade são:

1-O Falso testemunho e o perjúrio:

Quando se emite publicamente algo contrário à verdade, diante de um tribunal, é falso testemunho e quando se está sob juramento, é perjúrio. Isso pode contribuir para condenar injustamente um inocente ou inocentar o culpado. Prejudica o exercício da justiça pronunciada pelos juizes.

Respeito à reputação das pessoas:

É proibido qualquer atitude e palavra que cause um prejuízo injusto. Torna-se culpado:

2- De juízo temerário (imprudente):

Aquele que, secretamente, admite como verdadeiro, sem razão alguma, o defeito moral do próximo.

3- De malediscência:

Aquele que, sem razão válida, revela as pessoas que não sabem os defeitos do próximo e suas faltas.

4- De calúnia:

Aquele que, pela mentira, prejudica a reputação dos outros e causa falsos juízos a respeito deles. Para não cairmos no juízo temerário (julgar sem medir as conseqüências), temos que interpretar de modo favorável tanto quanto possível o pensamento, atos e palavras do próximo.

5- Malediscência e calúnia:

Mancham a reputação e a honra do próximo. Todos têm direito à honra do próprio nome, à sua reputação e ao seu respeito. Logo, a malediscência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da caridade.

6- Adulação, bajulação ou complacência:

Deve-se tomar muito cuidado com atos ou palavras que, por (bajulação), confirme e encoraje o outro na malícia de seus atos e perversidade. Adulação é falta grave quando cúmplice de vícios ou de pecados graves. Se torna um pecado venial, quando só quer ser agradável, evitar um mal, remediar uma necessidade, obter vantagens legítimas.

7- A jactância ou fanfarronice:

É uma falta grave contra a verdade e o mesmo vale para a ironia que é depreciar alguém caricaturando, de modo malélovo, seu comportamento.

8- A mentira:

É dizer o que é falso com a intenção de enganar. A mentira torna-se mortal, embora seja um pecado venial em si, quando fere gravemente as virtudes da justiça e da caridade. Sua punição varia de acordo com as circunstâncias, a intenção do mentiroso, as conseqüências sofridas por suas vítimas.

A mentira é uma profanação da palavra que tem como finalidade levar a verdade a outros e é condenável em sua natureza. Quando induzimos o próximo, através da mentira, a um erro estamos cometendo uma falta grave contra a justiça e a caridade. A culpa é maior ainda, quando a intenção é de enganar. Causa a morte para aqueles que são desviados da verdade.

A mentira é uma verdadeira violência ao próximo porque o impede de obter a capacidade conhecer, que é a condição de todo o juízo e decisão. Ela mina a confiança entre os homens e rompe o tecido das relações sociais.

Toda falta contra a justiça e a verdade impõe uma reparação, mesmo após o perdão. Não podendo reparar um erro publicamente, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não puder ser indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moral, em nome da caridade. Isso também é válido para as faltas cometidas contra a reputação dos homens.

Diante esta pequena lembrança deixo-vos com a seguintes perguntas e reflexões:

1 - Sabemos (eu vivi isso, vivo isso) que diante um fato se aumenta a proporção de qualquer acontecimento. As pessoas aumentam, inventam !!!!!

2 - Ele foi um homem como qualquer um e passível de erros. QUAL O PROBLEMA?

3 - E sua obra? O que ele deixou? Não há mérito nenhum nisso? Quer dizer que seja o que for que você tenha feito de bom se cair nada mais "presta", isto é, tudo é anulado?

4 - O mais importante: NÃO JULGUEIS E OLHEM SUAS PRÓPRIAS VIDAS ANTES DE FALAR DE QUALQUER UM, POIS O MAIOR PECADO ANTES DE TUDO É O ÓDIO E A INVEJA.

SEM MAIS.... REFLITAM... NINGUÉM É DONO DA VERDADE E PELO JEITO NÃO GOSTAM DE VIVER COM ELA....

Christiane.







3 comentários:

Sandro69 on 31 de janeiro de 2010 às 16:07 disse...

Hum... Chris, a coisa é mais séria! Leia as notícias que têm aparecido no sítio do IHU. Esse é mais um triste capítulo na história da Igreja Católica. A estrutura eclesiástica da Igreja Católica favorece em muito personalidades patológicas se esconderem sob o manto da santidade e da pureza.

Pessoas normais são falhas e imperfeitas, mas esse homem era um doente, um perverso, segundo a psicanálise: poder,dinheiro e sexo como formas de manipulação. E é ainda mais devastador por ter sido efetivado por uma pessoa em posição de autoridade. Quanto estrago ele causou na vida de muitas pessoas!

Pelo menos, temos outras pessoas como um Luciano Mendes de Almeida, Zilda Arns, Hélder Câmara, etc para contrabalançar com alguma esperança.

Christiane Foricnito on 2 de fevereiro de 2010 às 07:23 disse...

Sandro Gomes

Vendo tudo isso, penso que o melhor é sempre deixar nossa vida bem clara, inclusive nossos escândalos.

Arcar com nosso verdadeiro ser, ser livre, lutar sim para ser sempre o melhor possível, é claro.

Quem estiver ao nosso lado é nosso amigo, se não não.

Acho que devemos perder o medo de viver...

Mesmo assim jamais julgar, nunca julgar. E é aqui que chamo atenção à este fato.

Caminhar na linha tênue é muito difícil amigo. Muitas vezes somos mal interpretados, aumentam nossas histórias...

Melhor seria não caminhar na linha tênue você poderia me dizer.

Sim é verdade, mas quando já se caminhou uma vez sempre fica marcas disso e por isso o melhor é sempre caminhar na verdade doa a quem doer.

Não que vc aja com egoísmo, o contrário, aja com verdade, sem mascaras e sem medo.

Vivi uma vida de medo por muito tempo. Achei que estava segura, porém sempre me vinham questionar, jogar na cara, etc. Assumir agora que não sou perfeita me deu liberdade e dor, porém sei que jamais ninguém poderá ter surpresas, poderei ser eu mesma e saberei que quem ficar comigo de agora em diante é pq realmente gosta de mim.

Um grande exemplo disso é meu confessor que me compreende como um verdadeiro (outro) Cristo...

Uma amiga me escreveu um comentário sobre este artigo que transcrevi aqui e unindo ao seu comentário foi esta reflexão que concluí.

Obrigada.

Christiane :)

Unknown on 10 de março de 2010 às 12:40 disse...

nossa que banho de inteligencia, eu humildemente acho que só vou observar....eu acho que não tento explicar o mundo e nem buscar explicação para o mundo....sou meio lerdinho mesmo.
Parabens o blog é lindo e merece muito estudo de minha parte.

Smack do Alta

 

Filosofia Copyright © 2008 Black Brown Art Template by Ipiet's Blogger Template